Diversos elementos fazem parte da caracterização de um desfile de uma escola de samba, sendo alguns deles quesitos aos quais os jurados devem atribuir notas. Outros, como a ala das baianas, porém, não são avaliados como quesitos, mas podem ocasionar perda de pontos para a entidade assim mesmo, caso não sejam exibidos.
É linha de frente da escola, primeiro grupo de integrantes a desfilar, sendo isto uma condição obrigatória. Consiste em cerca de dez a quinze pessoas que realizam uma coreografia, introduzindo o enredo. À excepção da comissão de frente, não há nenhuma outra regra a respeito da ordem dos elementos durante o desfile escola da samba.
As comissões de frente já faziam parte, com esse nome, das sociedades carnavalescas, sendo, posteriormente, incorporadas aos ranchos e cordões carnavalescos. Funcionando como uma espécie de mestre de cerimônias do desfile dando boas vindas ao público e apresentando a escola, as comissões de frente das escolas de samba sofreram inúmeras mudanças ao longo do tempo. Em seus primeiros anos, eram formadas por um grupo de homens, em geral os diretores da agremiação, que vinha na frente da escola vestindo sua melhor roupa e saudando o público. Consta que algumas vezes carregavam bastões às mãos, cujo objetivo maior era o de defender seu grupo dos rivais.
Alegorias e adereços
O quesito alegoria trata de carros com eixo de ferro, repleto de esculturas de madeira, plástico, isopor, entre outros materiais, decorados de forma a representar os elementos do enredo. No Grupo Especial carioca, atualmente, as alegorias não podem ultrapassar oito metros e cinqüenta centímetros de largura e nove metros e oitenta centímetros de altura. Diversas pessoas costumam desfilar em cima dos carros alegóricos, sendo aqueles que ocupam os lugares mais altos chamados de destaques.
Evolução, Harmonia e Conjunto
Evolução é um quesito onde é julgada a velocidade e a forma como os componentes da escola de samba desfilam: se estão dançando animados, girando, se movimentando, e se passam de modo compacto, próximos uns aos outros, de modo que quem estiver olhando de cima tenha a impressão de que a escola seja um corpo único, uma fila contínua. Não se exige que os componentes sambem, mas estes devem se movimentar. Costuma-se penalizar escolas que sofrem alterações bruscas na sua velocidade de desfile, ora desfilando muito rápido, ora muito devagar.
No quesito harmonia, é avaliada a interação entre o canto do intérprete oficial e o dos componentes. Escolas onde os integrantes não cantam o samba, ou cantam mal, recebem notas mais baixas neste quesito.
Já o quesito conjunto esteve ausente durante muitos anos, sendo trazido de volta aos desfiles cariocas a partir do ano 2000. É na realidade uma vista geral de toda a escola, de forma uniforme, onde um grupo de jurados avalia por alto toda a interação entre os vários quesitos. Em 2006, a AESCRJ aprovou a fusão dos quesitos Evolução, Harmonia e Conjunto num novo quesito: "Conjunto Harmônico".
Enredo
Sendo uma característica dos desfiles, o enredo, costuma ser escolhido no início do ano, logo após o carnaval, sendo válido para o carnaval do ano seguinte. Nesse meio tempo, a partir do tema principal, os carnavalescos devem escrever toda uma sinopse, que guiará a fabricação das fantasias, alegorias e a composição do samba-enredo. Nesse quesito, os avaliadores devem julgar se a escola explicou bem o seu enredo durante o desfile, a partir desses outros quesitos.Também é punível a apresentação da sinopse, quando dirigida aos jurados, que contenha algum erro de informação, ou quando haja erro na apresentação, seja pela sua ordem, seja por sua carência.
Deve-se avaliar se o samba, além de contar bem o enredo, tem boa melodia e uma letra de características interessantes, musicalmente rico, e sem vícios de linguagem ou erros de concordância. Sambas que não possuem esta característica costumam ser penalizados, recebendo notas menores. O samba de cada escola é escolhido após uma disputa interna na escola, onde sambistas ou grupos criam seus sambas, baseados no enredo anteriormente definido. Após se inscreverem, concorrem entre si, e durante vários finais de semana, alguns vão sendo eliminados, até que sobre apenas um samba. No Rio de Janeiro, as composições para eliminatórias internas costumam ser gravadas em agosto. Em outubro é gravado o CD do Grupo Especial, com os sambas escolhidos em cada escola na voz do intérprete oficialTambém é avaliado se o samba é de fácil impressão e compreensão para o público, e se os componentes estão cantando hamonicamente (também avaliado em harmonia).
O termo mestre-sala parece ter vindo dos bailes carnavalescos do século XIX, nos quais havia um profissional responsável pela organização do salão que era denominado de "mestre de sala" ou "mestre-sala". No entanto, na verdade podemos recuar no tempo e percebermos que eram várias as casas reais que designavam um nobre da sua máxima confiança que ocupava permanentemente e em vitalício essa função para conduzir todas as cerimônias importantes. Em Portugal a família Almada, obteve-o durante seis gerações, de pai para filho, até acabar no 3.º conde de Almada. Mas, mesmo aí no reino de Portugal, pelo menos durante o domínio filipino já havia antes esse papel e título como oficial.
Com relação à porta-bandeira o nome foi uma adaptação natural do antigo "porta-estandarte", personagem, geralmente masculino, que carregava os pesados estandartes dos grupos carnavalescos brasileiros. Mas, como sabemos na Idade Média já os havia para apresentar a organização militar, civil ou religiosa a qual pertenciam e primitivamente tinham a designação ou posto de alferes.
O mestre-sala e a porta-bandeira, no samba, são um casal que executa um determinado bailado especial e deve apresentar com graciosidade o pavilhão da escola. Suas fantasias assemelham-se a trajes de gala típicos do século XVIII, porém "carnavalizados", ou seja, com uma quantidade exagerada de cores e enfeites.Em determinado momento, durante o desfile, eles param em frente à cabine dos jurados para apresentar sua dança, onde são avaliados. É proibido que os dois deem as costas um ao outro ao mesmo tempo, e erros como a queda de um chapéu ou um escorregão podem render uma perda de pontos preciosos.
É uma espécie de orquestra com instrumentos de percussão, que devem acompanhar o canto e conduzir o ritmo (seção rítmica) do desfile. Quanto mais rápido e em ritmo mais forte a bateria toca, mais rápido os integrantes costumam desfilar, havendo portanto uma associação vital entre este quesito e o quesito evolução. No Grupo Especial carioca, cada escola possui, atualmente, uma média de 250 a 300 instrumentistas. No quesito bateria, devem ser avaliados
"a manutenção regular e a sustentação da cadência da Bateria em consonância com o Samba-Enredo; a perfeita conjugação dos sons emitidos pelos vários instrumentos; a criatividade e a versatilidade da bateria".
Costumam fazer parte de uma bateria de escola de samba os seguintes instrumentos: Surdo de primeira, Surdo de segunda,surdo de terceira, caixa de guerra, repique, chocalho, tamborim, cuíca, agogô, reco-reco, pandeiro, e prato.
A ala de baianas é considerada como uma das mais importantes de uma escola de samba. Composta, preferencialmente, por senhoras vestidas com roupas que remetem às antigas tias baianas dos primeiros grupos de samba do início do século XX, no Rio de Janeiro. Foi introduzida no desfile ainda nos anos 1930 como uma forma de homenagem às "tias" do samba, que abrigavam sambistas em suas casas, na época em que o ritmo era marginalizado. É uma ala obrigatória em todos os desfiles de escolas de samba, mesmo não sendo quesito oficial em nenhum deles.As fantasias das baianas contam pontos para o Quesito Fantasia o modo como desfilam conta pontos para o Quesito Evolução, porém toda escola deve se apresentar com um número mínimo de baianas. Nos anos 1940 a 50, era comum que homens desfilassem vestidos de baianas, prática que passou a ser proibida no Rio de Janeiro nos anos 1990, mas foi liberada pelas AESCRJ, no Grupo de acesso, a partir o ano de 2006, exceto para o Grupo A (atual Grupo de acesso, que a partir do Carnaval 2009 passaria a pertencer à LESGA).
A roupa clássica das baianas compõe-se de torso, bata, pano da costa e saia rodada. Entretanto, frequentemente podemos ver baianas com as mais inusitadas fantasias, tais como noivas, estátuas da liberdade, seres espaciais, globo terrestre (foto) ou poços de petróleo. No carnaval 2010, chegou a ser aprovado em plenária da [[AESCRJ] que a ala das baianas viraria quesito para as escolas de samba dos Grupos Rio de Janeiro, pertencentes àquela liga, no entanto a ideia foi desfeita posteriormente.